quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Vale a pena pesquisar preços nos supermercados?


Sempre me perguntei se valia a pena perder tempo pesquisando preços em supermercados.

Então, para responder essa pergunta, resolvi fazer um teste. Em 22/Nov/13, em posse de uma lista de compras composta de 28 itens diversos e com três colunas em branco, comecei o tour pelo bairro.

Vale frisar que a existência de uma lista de compra é fundamental para a economia do lar. Outra coisa muito importante é não fazer compras com fome, porque nessas condições a pessoa tem vontade de comprar tudo que gosta e obviamente não precisa.

Voltando ao tour, escolhi três hipermercados clássicos: Walmart, Carrefour e Extra. Pensei na logística:

1° parada: walmart - anotação de preços
2° parada: carrefour - anotação de preços
3° parada: extra - anotação de preços e compra dos itens mais baratos.
4° parada: carrefour - compra dos itens mais baratos
5° parada: walmart - compra dos itens mais baratos.

A princípio parecia loucura. Eu tinha a impressão que perderia um tempo enorme com isso, mas até que foi mais rápido do que imaginei. Primeiro, porque nas duas primeiras etapas, entrei no mercado sem carrinho e somente com papel e caneta. Pesquisei e anotei os preços em 20 minutos.

Segundo, porque nas etapas 4 e 5 eu não mais precisava pesquisar preços. Eu já havia estado lá minutos antes e já sabia o que deveria comprar. Então em 20 minutos já estava tudo no carrinho.

A etapa que demora mais é a 3, pois além de pesquisar preço, você compara e decide se vai comprar ou não. Mesmo assim, só precisei de 35 minutos. É a grande vantagem da lista de compras no papel. Manter o foco na lista é o segredo.

Na verdade, o tempo que se gasta mais é no caixa esperando para passar os produtos e pagar, coisa de cidade grande. Resumindo, a minha saga levou 2h45m. Contando o tempo de compra, fila de caixa e deslocamento entre mercados. Para comparação, uma compra dessas normalmente faço em 1h30m.

Então, as desvantagens que constatei ao fazer esse tipo de pesquisa foram:

1-) Gastei 1h15m a mais do meu tempo;
2-) Dirigi 9,2Km a mais do que dirigiria se fosse a um único mercado. O meu carro faz uma média de 8,8Km/litro (etanol), portanto um custo adicional de R$ 1,77.
3-) Foi necessária muita paciência para enfrentar 3 filas para pagar.

O resultado econômico foi o seguinte:

Lembrando: Lista com 28 itens diferentes, mas com uma quantidade total comprada de 93 itens, pois alguns deles comprei mais de uma unidade.

Se comprasse todos no Walmart: R$ 461,49
Se comprasse todos no Carrefour: R$ 465,05
Se comprasse todos no Extra: R$ 460,99

Repare que parece tudo igual. A diferença entre o mais barato e o mais caro é de apenas R$ 4,06.

Mas como não comprei tudo no mesmo lugar, comprei:

Walmart = 10 itens
Carrefour = 5 itens
Extra = 12 itens

O total gasto foi de R$ 428,12. Uma economia de R$ 32,87 quando comparado o gasto com o Extra que foi o menor totalizado.

Descontando os R$ 1,77 que gastei a mais com combustivel, então tive uma economia de R$ 31,10.

Aí volto a pergunta tópico desse blog: Vale a pena pesquisar preços?

A conclusão que tirei foi que para compras pequenas não vale a pena, mas para compras grandes, com certeza! Afinal, R$ 31,10 equivalem a:

44 fraldas ou
11 litros de leite ou
18 litros de etanol

Considerando que faço uma compra dessas por mês, então no ano a economia pode chegar a R$ 373,20.

Agora, como sou um cara um tanto maluco, iniciei um banco de dados e espero que após alguns meses, eu chegue à conclusões de que determinado item é sempre mais barato em determinado estabelecimento. Assim talvez, eu possa minimizar o tempo gasto nessa saga.

"Engenharia" brasileira

Como engenheiro, concordo plenamente com o texto abaixo enviado por um amigo.

"Comenta-se sobre as dificuldades que as empresas prestadoras de serviços estão tendo para cumprir seus contratos, que a qualidade do serviço é péssima, que não existem mais os bons profissionais de antigamente, etc.

Esses e outros comentários vão se confirmando nos projetos mal pensados, na dificuldade para encontrar profissionais experientes, nas garantias e seguros que se vão exigindo nos contratos, na lista de empresas tradicionais que já sumiram do mercado e no surgimento, em profusão, das 'Fulano & Beltrano Engenharia Ltda.'.

Em nosso país, a história da engenharia de projetos industriais teve início com o anseio nacional de não mais importar engenharia embutida nos equipamentos. Nos anos 60 surgiram primeiras iniciativas.
O grande investidor e comprador dessa engenharia foi o Estado. Pagava-se tudo a bom preço. Muitas empresas se formaram. Pessoas foram treinadas e dignamente remuneradas. Essa fase atingiu seu ápice ao final da década de 1970.

Encerrado esse ciclo, ficou a sensação de que fazer engenharia estava ficando muito caro.
Nas décadas de 1980 e 1990, com os recursos mais escassos, buscou-se uma forma de medir a produção da engenharia.
Sem melhor opção passou-se a medir a engenharia medindo-se a produção de desenhos e documentos. Com isso, chegamos ao estágio atual: mede-se, compra-se e vende-se engenharia pela quantidade de horas ou de papel produzido: os desenhos. Essa forma, naturalmente, produziu efeitos negativos na qualidade.
Para melhorá-la optou-se então pela fiscalização, optou-se por investir no gerenciamento. Mas, como só fiscaliza ou gerencia bem quem sabe fazer, para essa atividade são contratados os profissionais mais experientes. Com isso observa-se que, via de regra, o conhecimento daquele que sabe não está sendo usado para fazer, nem para ensinar, mas para pressionar aquele que, assustado, está começando a aprender.
Como esse tipo de fiscalização ou gerenciamento, obviamente, também já mostra sinais da sua ineficiência, volta-se a pensar em comprar a engenharia embutida nos equipamentos 'empurrando o fardo' para seus fornecedores. Fica mais barato – dizem.

Assim, na prestação de serviços de engenharia estamos quase retornando aos idos de 1960! Isso mostra, de forma inequívoca, que se está atuando nos efeitos e não nas causas.
Necessário é, pois, repensar os conceitos e fazer distinção entre engenharia e desenhos de engenharia. Produzir desenhos é tarefa mecânica. Produzir engenharia é atividade essencialmente mental, intelectual.
A máquina de engenhar, de produzir ideias, é a mente humana. Os softwares dessa máquina são os conhecimentos obtidos em muitos e demorados 'downloads' nos 'sites' da vida profissional e a matéria prima dessa fábrica de ideias é a informação.

Para produzir soluções de engenharia trabalham-se as informações com os conhecimentos que se tem, conhecimentos estes adquiridos em projetos passados, em experiências vividas.
Se a informação, tal qual o conhecimento, é incompleto ou ruim, a solução o será na mesma proporção e qualidade. Até chegar a ser solução, uma ideia precisa ser processada, modificada, re-processada e confirmada por cálculos, esboços, gráficos, etc.
E é ao longo desse processo que o profissional se capacita e dá soluções rápidas e eficazes aos diversos problemas. O verdadeiro produto da engenharia não é o desenho, é a solução.
Sem ela não há o que desenhar e nem o que construir. O desenho é, por assim dizer, apenas a embalagem do produto, a imagem da ideia concebida na mente de um engenheiro. Por isso, pode-se dizer que os remédios receitados pelos engenheiros são entregues em caixinhas nos vários tamanhos padrão-ABNT: do A0 ao A4.
E hoje, o computador pode colocar qualquer remédio em qualquer uma dessas caixinhas, e até em menores do que essas.

Como medir isso? Como medir a produtividade de um engenheiro? Como valorizar a experiência acumulada na mente de um profissional? Pela quantidade de desenhos (caixinhas) produzidos com suas ideias?!
Como uma empresa capacitará e manterá novos profissionais? 'Inventando' caixinhas desnecessárias para ser mais bem remuneradas? A realidade do mercado tem mostrado que vender caixinhas não é bom negócio. Aliás, financeiramente o bom negócio agora é pressionar (ou fiscalizar?) os que ainda não sabem nem fazer as caixinhas e nem o que colocar dentro delas.

Enquanto a solução não vem, será bom fazer uma pausa na maquinação de contratos tão deprimentes que teve seu ápice nos infames leilões reversos.

Será bom não colocar para concorrer na mesma raia o engenhar e o desenhar. Será bom que os profissionais experientes não se limitem a pressionar sem ensinar.
Será bom que as Escolas de Engenharia se aproximem sem ocupar o espaço das Empresas e que introduza em seus currículos uma disciplina que ensine o aluno a pensar, a usar esse fabuloso e ainda desconhecido mecanismo mental humano.
Será bom que os que estão começando na profissão, dispondo já dos recursos da informática, tenham com quem aprender a pensar, a engenhar soluções: coisas que o computador não faz.
Será bom que esses novos profissionais não confundam saber fazer engenharia com saber usar um bom software de engenharia.

Finalmente, será muito bom que os mais novos aprendam a pensar para que não usem o computador para produzir caixinhas de surpresas."

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Por que falamos mal do Brasil? Por isso!



Escrevo esse post para expor a minha opinião sempre polêmica sobre o texto abaixo que circula pelo Facebook. O texto em preto é o original. O texto em vermelho é a minha singela opinião.

Escritora holandesa, falando sobre o Brasil.

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. “

Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
 
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
Não vejo isto como um ponto positivo. Quais os benefícios para o povo? Nenhum! O povo brasileiro sofre nas mãos do sistema de saúde que ano após ano vem piorando. O investimento no projeto genoma é para o bem dos magnatas que poderão pagar pelos procedimentos descobertos. E o povo?

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.  
Será que as catástrofes sucessiva em Petrópolis contribuiram para essa pesquisa?
 
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.  
Apesar do dito “sucesso”, nenhum outro lugar do mundo adota o mesmo sistema. Por que será? Com certeza não deve ser confiável. Se realmente fosse tão bom todos já teriam adotado.
 
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.  
O custo da internet para o brasileiro é 4x maior que na Holanda, Japão, Canadá e EUA. É 3x maior que no Japão. É 2x maior que na Argentina. Além disso, a qualidade do serviço no Brasil é realmente muito inferior.
 
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma
O preço de um automóvel no Brasil é absurdamente mais caro quando comparado aos outros países (106%). Além disso a qualidade do automóvel no Brasil é muito inferior. O lucro das montadoras no Brasil é o triplo das dos EUA. Os países vizinhos que não possuem nenhuma pagam mais barato pelos veículos fabricados aqui.
 
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.  
Antes de escrever isso, essa holandesa deveria verificar a qualidade do ensino no Brasil. Frequentar uma escola para ter um prato de comida e garantir o bolsa-família do governo não pode ser considerado estudo.
 
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. 
A telefonia celular do Brasil é a mais cara do MUNDO! E a qualidade então?
 
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.  
Número de linhas não significa nada. O que precisa ser indicado é a porcentagem de linhas em relação ao número de habitantes. O Brasil tem 43 milhões de linhas instaladas que representa 22% da população, enquanto Taiwan tem 16 milhões (71% da população), Coreia do Sul tem 28 milhões (58%), Alemanha (56%), França (55%), Reino Unido (53%), Austrália, Canadá, EUA e Grécia (48%), Países baixos (43%), Espanha (42%), Itália (35%), Irã (34%), Russia e Japão (32%), Ucrânia (28%), Argentina e Venezuela (25%), Polônia (24%).
Ou seja, quinta posição para os trouxas. Tem mais de 20 países na frente do Brasil.
 
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.  
A minha opinião sobre essa tal ISO-9000 merecia um post dedicado. Isso é uma grande máfia. As certificações são dadas com bases em dados maquiados.
 
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos. 
Nem poderia ser diferente. Com tanta exploração do povo, a quantidade de pessoas milionárias só cresce. O Brasil é um excelente país para se vender jatos e helicópteros. Realmente o povo deve ficar muito feliz por viver em um país onde se vende muitos jatos e helicópteros.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil? 
Porque vivemos aqui, não faria o menor sentido reclamar de outro país.

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano? 
Porque o preço de um livro no Brasil é absurdo? O sucesso do mercado editorial de livros só enriquece seus sócios e não beneficia o povo. Faça um levantamento na classe baixa para ver quantos realmente tem acesso a livros.
 
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?  
Por que será que os bancos brasileiros obtem os maiores lucros do mundo?
 
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :) 
Criatividade nunca faltou para os brasileiros.
 
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários? 
Empreendedorismo é a visão do magnata. É maior no Brasil, porque o povo é idiota. Vale a pena investir no Brasil porque você vai lucrar muito vendendo coisas a preços mais caros, simplesmente pelo fato de que o brasileiro compra.
 
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?  
Democraria? Ah-ah-ah. Leia o meu post sobre democracia.
 
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?  
Por favor Sra holandesa, relacione para mim pelo menos dez punidos, indicando onde estão presos e o que pagaram.
 
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. Esta sim é a característica do povo brasileiro. Ele não é só hospitaleiro com os turistas, mas também com os governantes e comerciantes exploradores.
O povo brasileiro realmente é muito hospitaleiro não só com turistas, mas principalmente com os governantes e magnatas.

É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!"
E bendita seja essa visão que mantém o povo iludido e quieto, achando que estão no paraíso.

Para quem tiver curiosidade, acesse o site http://www.numbeo.com e comparem os custos entre o Brasil e outros países. Não se iludam quando o site mostrar que, por exemplo, uma garrafa de água custa R$ 2,00 no Brasil enquanto custa R$ 5,00 na Austrália, pois é preciso analisar os rendimentos em cada país. Abaixo alguns números

Rendimento médio por pessoa(após impostos)  e preço da garrafa de água
Brasil – R$ 1.500,00 – R$ 2,00 (representa 0,13%)
Rússia – R$ 1.496,46 - R$ 1,69 (representa 0,11%)
Guatemala – R$ 1.118,53 - R$ 1,26 (representa 0,11%)
Zimbabue – R$ 994,25 - R$ 0,99 (representa 0,10%)
Alemanha – R$ 5.467,92 - R$ 5,21 (representa 0,09%)
França – R$ 5.207,54 - R$ 3,91 (representa 0,07%)
Jamaica – R$ 2.585,05 - R$ 1,99 (representa 0,07%)
Austrália – R$ 8.113,00 – R$ 5,07 (representa 0,06%)
Índia – R$ 927,04 - R$ 0,44 (representa 0,05%)
China – R$ 1.435,72 - R$ 0,80 (representa 0,05%)
Africa do Sul – R$ 3.373,05 - R$ 1,57 (representa 0,05%)
Japão – R$ 5.417,08 - R$ 2,28 (representa 0,04%)
EUA – R$ 6.277,69 - R$ 2,49 (representa 0,04%)